Paredes, paredes...
As paredes que se estendem me alongam o entendimento
As paredes que me cercam são de ferro e de cimento Bis
São de ferro, são de ferro e de cimento
As paredes que me prendem me libertam o pensamento Bis
Me líber, me libertam o pensamento
As paredes que me prendem me libertam o pensamento
Paredes, paredes...
As paredes que derrubo não construo mais por dentro
As paredes são feridas que deixei no esquecimento Bis
Que deixei, que deixei no esquecimento
As paredes que me prendem me libertam o pensamento Bis
Me líber, me libertam o pensamento
As paredes que me prendem me libertam o pensamento
Como não dizer das sombras que vagam nas paredes
Se a luz que afoga nas penumbras é teu grito quase mudo
É teu gozo tão aflito, teu espírito quase solto
É o silêncio que escuto louco das paredes
Paredes, paredes, paredes...
As paredes são desejos que ecoam sobre o tempo
As paredes são pedaços de milhões de fragmentos Bis
De milhões, de milhões de fragmentos
As paredes que me prendem me libertam o pensamento Bis
Me líber, me libertam o pensamento
As paredes que me prendem me libertam o pensamento
Há paredes dos medos, dos desejos, há paredes todas tortas
Há paredes da loucura que abrem e fecham as suas portas
Há paredes dos sentidos, ungidos e de todos os sentimentos
Há paredes dos berros, dos gritos e de todos os lamentos
Há paredes das dores, das flores e do próprio firmamento
Há paredes dos sons, dos maus, dos bons e do silêncio
Há dos que cantam, sonham e buscam as suas portas
Há dos que escutam, calam e fecham as sua bocas
Há dos que trabalham, lutam e morrem por suas causas
Há dos que parasitam, sugam e vendem a própria alma
Há de todos os cruéis, fiéis e de todos os não cantados
Há de todos que se foram, partiram e ficaram
Há daqueles que estão preso dentro de si e da própria liberdade
Há de tudo que existe, da palavra, do silêncio, da vontade, paredes
As paredes que me prendem me libertam o pensamento