Trago o meu peito, cheio de história
E a minha memória eu "vacacima" de talento
Preste atenção enquanto eu sigo o passo a passo
Tudo que eu faço no meio dos quatro ventos
Eu canto verso, eu namoro, eu fandangueio,
Eu campereio "la pra ba" na lida de campo
Gosto de trova também de festa campeira
E no rodeio eu armo a barraca no campo
O bagualismo eu encilho e boto o arreio
Aperto a sincha e não deixo frouxar um tento
Brasil a fora eu atravesso pilchado
Chapéu tapiado no meio dos quatro ventos
Tormenta braba vem do lado do poente
Vento nascente me traz seca no verão
E o vento norte me da esperança de chuva
E o vento sul só me esfria o chimarrão
Me traz garoa muito frio e muita geada
Traz chuvarada, mas nunca perco a fibra
Fico contente com a entrada do verão
O vento norte sopra quente e me equilibra
O bagualismo eu encilho e boto o arreio
Aperto a sincha e não deixo frouxar um tento
Brasil a fora eu atravesso pilchado
Chapéu tapiado no meio dos quatro ventos
Preparo o mate numa tarde de verão
É um calorão que o vivente se embarulha
Um "redemuio" me vem do lado norte
Que sopra forte e me tira a erva da cuia
No lado sul uma chuva tocada a vento
E no relento que o meu cabelo se espalha
Vivo feliz no meio dos quatro ventos
A final mesmo nenhum deles me atrapalha.
O bagualismo eu encilho e boto o arreio
Aperto a sincha e não deixo frouxar um tento
Brasil a fora eu atravesso pilchado
Chapéu tapiado no meio dos quatro ventos x2