Sou caudilho missioneiro
Que a pampa xucra pariu
Meu verso sai de arrepio
E o meu talento eu espalho
Numa castração a "maio"
Que um touro xucro da um berro
Sou tronqueira de pau-ferro
Nem com mau tempo eu não caio
Nasci xucro e vivo xucro
Do verso xucro eu não deixo
Sou bagual, sou cru dos queixos
Que canto com muita fé
Meus versos dizem o que é
A estampa de um galponeiro
Brotei do chão missioneiro
Aonda peleava o Sepé
A honra de missioneiro
Trago na alma entranhada
Dormindo à beira da estrada
Seja em pelego ou macega
Quando um guerreiro se pega
Pra defender o seu chão
Embora sem munição
Um bom caudilho não se entrega
Sem desfazer em outros pagos
Que há muito eu já percorri
Por isso eu canto pra ti
Meus versos, xucro e fiel
Eu desempenho o papel
Neste meu pampa sulino
Ouço a pancada do sino
Das ruínas de São Miguel