Tenho uma égua tordilha
Gaviona barbaridade
Espara numa ansiedade
Só pego com muito jeito
Não é só esse o defeito
É loca de sentadera
Se assusta darrascadera
E bufa contra o meu peito
Se largo as rédeas no chão
Espara abanando a crina
Pra poder encilhar a teatina
Aperto bem o cinchão
Da tal de égua tordilha
Pra camperear nas coxilhas
Na braba lida de peão
Amarro bem num palanque
Pra poder botar minhas garra
E vou saindo pra farra
A trote no corredor
Com a bênção do Senhor
Pois hoje tu vai de novo
Me carregando pra o povo
Pra uma carreira de amor
Pois esta égua baldosa
Vai ter que cumprir o destino
De carregar este teatino
É a tua obrigação
Mas quando eu apeio então
Descansar da campereada
Ela descansa maneada
Pra evitar incomodação