(Num tendel de espora e mango
Rasgo o silêncio da aurora,
E só se ouve a campo afora
Um relincho de socorro
Alarido de cachorro
E um mango véio pegando
E os Quero-Quero gritando
Se ouve em longa distância
É a peonada da estância
Que amanheceram domando.)
Desce um potro corcoveando
Num lançante a campo fora
Desce berrando na espora
E um campeiro amadrinhando
E a cachorrada pegando
Bem na ponta do fucinho.
É bem assim que aos pouquinhos
O bagual vai se acalmando. (2x)
Aos poucos vai se entregando
Nas garras de um domador
Que sova bem de maneador
Pra não ficar cusquinhoso.
E pra não deixar sestroso
Mantém a calma com os bichos
E doma bem a capricho
Que é pra não deixar baldoso. (2x)
Depois de puxar do queixo
Que o bicho conhece a esgrima
Encilha e salta pra cima
E ensina a lida campeira
Passou uma vaca matreira
Seja grande, ou seja, média
E deixa dançando na rédea
Numa lida de mangueira. (2x)
(Esbarra o matungo e boleia a perna pra cantar comigo
Um dos cantores mais autênticos da nossa música campeira.
Abre o peito Mano Lima.)
Dois tá pronto e bem domado
- Cavalo pra toda lida
- Tem a crina bem comprida
- E troteia tirando o freio
- Apeia o peão sem receio
- E solta as rédeas no chão
- Pode montar meu patrão
- Já está pronto pro rodeio.
- Pode montar meu patrão
Já está pronto pro rodeio.
(Se não boleio a perna me resbalo pela garupa e saio junto contigo.
Porque sempre é bom cantar ao lado de um amigo.
Esse vamos deixar crinudo, né Baitaca? Por que é ruano
e tem a crina bonita pra desfilar.
Que cada um tem seu estilo, é importante respeitar,
pra depois que obedece a rédea, o bagual tem que dessopetear.)