REFRÃO: Ai neguinho vou sentir saudades de você.
A malandragem na quebrada nunca vai te esquecer.
Que DEUS perdoe os humildes de bom coração.
A vida ensina de que vale o crime irmão...(bis)
Quem não se lembra do neguinho da favela.
Que quis morrer na batalha, do que viver numa sela.
Ao longe vejo um cortejo, hoje é dia do enterro.
Em sua homenagem é que agora eu escrevo.
As lágrimas rolam molhando todo o papel
Ao relembrar sua vida, e o seu destino cruel.
Será que meu DEUS do céu perdoou seus pecados.
Tomara que Jesus CRISTO não pegue muito pesado.
Respeitado na quebrada pelo seu jeito de ser.
Sorriso sempre aberto, sem deixar transparecer.
Sua preocupação com a sua família.
Pra não deixar nada faltar pra velha dona MARIA.
A cachaçada de domingo já era de lei.
DREIA, COCA, DOMINÓ e os 3 kg de acém.
Juntava a rapaziada na caixa amplificada.
Rolava rap nacional. ''UM HOMEM NA ESTRADA''
Sem emprego, sem medo, mas assim ele vivia.
Um 3 janelas na cinta só pra fazer correria.
Tatuagem nos braços, a pele escura, é sem chance.
Na 4º série bom salário, é um sonho distante.
Se meteu numa fita com os camaradas da área.
Se deu de bem, ficou bonado hoje vai ter feijoada.
Chama as dona do ?Atitude? só pra comemorar.
E avisa que o neguinho hoje vai patrocinar.
REFRÃO: Ai neguinho vou sentir saudades de você.
A malandragem na quebrada nunca vai te esquecer.
Que DEUS perdoe os humildes de bom coração.
A vida ensina de que vale o crime irmão...(bis)
Pessoas chorando, velório, cheiro de vela.
O preto predomina, é tristeza na capela.
Mais deixa pra lá, eu volto a relembrar.
Momentos que na mente pra sempre vão ficar.
Ele era como SANTO CRISTO, mas nasceu no DF.
Não entendia a vida se perguntava o moleque.
Porque da desigualdade preconceito covarde.
Preto, pobre, fora da sociedade
Se emocionava ao ver, os filmes do lampião.
Histórias da vida do justiceiro ladrão.
O rei do cangaço, não era homem de aço.
Numa casinha armada, recebeu vários balaços.
Morreu de braços dados com a sua dona. Amor bandido, traição neguinho se emociona.
Se espelhava no mais forte sem ter medo da morte.
Cascavel do DF, e pronto pra dá o bote.
REFRÃO: Ai neguinho vou sentir saudades de você.
A malandragem na quebrada nunca vai te esquecer.
Que DEUS perdoe os humildes de bom coração.
A vida ensina de que vale o crime irmão...(bis)
O destino traçado estava predestinado.
A servir de exemplo pra aqueles que ficaram.
E só sobraram as lágrimas, a dor e a
saudade.
Ferida aqui não cicatriza ódio no peito que
arde.
E segue o enterro eu vejo o desespero.
Da sua dona chorando, a maquiagem escorrendo.
Os seus olhos inchados, já toda
descabelada.
E o seu filho do lado, que sempre
perguntava:
POR QUE MEU PAI NÃO ACORDA MÃE, BALANÇA ELE, ELE DEVE TÁ BRINCANDO JOGA ÁGUA NELE, PORQUE VOCÊ TÁ CHORANDO, VOCÊ NEM SE MACHUCOU, OH O QUE ME PAI TROUXE, UM MONTE DE FLOR.
Cada um numa alça é hora da despedida.
E todos se abraçando, presenciando a descida.
No caixão na cova e uma tristeza profunda. De ter perdido um chegado um companheiro de rua.
Mais é assim, a vida passa como chuva de verão, e fica sempre um vazio um aperto no coração.
Falta uma estrofe na canção, falta palavras no poema, mais de mil me ouvindo mais falta sua presença.
Como piada sem graça, é como rap sem rima.
É como se eu não tivesse mais ATITUDE FEMININA.
A vida ensina e você tira sua conclusão.
E eu te pergunto de que vale o crime
irmão.
REFRÃO: Ai neguinho vou sentir saudades de você.
A malandragem na quebrada nunca vai te esquecer.
Que DEUS perdoe os humildes de bom coração.
A vida ensina de que vale o crime irmão...(bis)