Teus sinais...
Todos tão confusos, todos tão oblíquos
Todos tão iguais
Todos tão contidos, todos tão perdidos
Todos tão sem paz
Teus sinais...
Todos tão mesquinhos, todos tão sozinhos
Todos tão banais
Todos tão sombrios, tolos doentios
Todos tão sem pais
Teus sinais, teus sinais, teus sinais...
No fundo eu sinto
Não fosse um louco, longo lodo, labirinto
Tudo em nós resumir-se-ia à misteriosa feroz fantasia
De um punhado de silenciosos ais!
Teus sinais...
Todos tão velados, ocos machucados
Tontos, abismais
Todos tão secretos, tortos objetos
Fôrmas desiguais
Teus sinais, teus sinais, teus sinais...
Sinalizam a tebas, finalizam apenas
Certas dúvidas milenares ou lunares
Enrustidas no rutilo dos poemas
E põem pra mim por terra
A velha seda seca, cega lei materna das jocastas
Agora eu sei:
Por trás de todo édipo-rei existe sempre uma madrasta!
E deixa em paz meu coração
Qu’ele é um pote até aqui de vinho
Mais que sexo, mais que nexo
Mais que plexo
Eu preciso de carinho!