I-MANIFESTO
Undergronização, protagonização
De brutalidade e sagacidade na aparição
Dilaceração dos parasitários
Absortos em movimentos fragmentários
“Para” desperta do transe profundo
Abre os olhos da mente e congratula a luz túnel
Porque este é o álbum que serve de relíquia
No epicentro do Rap que se estereotipa
Absorve o saber dos versos Hieroglifos
Eu sou espiritual tipo o Hermes Trismegistus
Criticas e elogios não me adormecem
Eu subo ao top da montanha quando todos descem
Quanto mais criticam, surgem rimas nítidas
Como nuvens negras que brotam águas límpidas
Como o menosprezo que trago eu com desdenho
P’ra todos os parasitas que querem em espalhar veneno
Se achas que o meu álbum não tem todos requisitos
Pega no MIC e vê se fazes melhor isto
E se o fizeres podes estar convicto
Que eu serei modesto p´ra retirar o predito.
II-MANIFESTO
Os Rappers em geral são escravos do sucesso
Vivem pela fama, vivem pelo preço
Que este mercado estabelece no endereço
Onde prostitutos prostituem-se a qualquer preço
Cá entre nós, responde-me sem rodeios
Como morres pelo top se não morres por ti mesmo?
Sabendo… que a suprema entronização
É impossível como travar o vento com as mãos
O vosso Underground é simplesmente utópico
O meu é realidade como classicismo gótico
“Bró” isto é uma dádiva com excelência
Que eu trago a grosso modo p’ra mentes na impercebência
Se pensas que faço RAP Hard-Core pela fama
Enganaste! Eu vim dar-te a luz que procuravas
Os Niggaz que pensaram que eu fosse mais um desses
Encontram-se pávidos com este Flow que alvorece
Flow que resplandece fora da armadilha
Dos holofotes dessa famigerada midea
Logo a diferença entre nós reside no facto
De eu ser impenetrável como o circuito fechado.
III-MANIFESTOS
Os manos da Old-School que deviam dar exemplo
São os primeiros que levam o Rap ao desrespeito
Com contradições que deturpam o conceito
Da vasta cultura que eu eternizo no meu peito
Vão p’ras televisões e levam o rap á mal porto
Dizendo repetidas vezes que o Hip-Hop está morto
Como é que querem que o Hip-Hop esteja vivo
Se nos espaços que criaram só cantam os amigos
Aceitem modestamente, esta verdade dura
O rap não está convosco o rap está nas ruas
Com o Organoydz, Kess-Killa e Negroyd
Ibrivernáculo a cuspir versos como asteróide
O nosso rap não está morto… eu estou vivo
A cuspir palavras que doem nos teus ouvidos
O sangue que este Rap verte é absorvido
Como a espiritualidade no pentagrama invertido
Nunca convencido, aprendo a cada instante
Com mais intelectual e o mais ignorante
Exercendo continência aqui no Underground
Como um portador de luz p’ra mentes na escuridão.
Undergronização, protagonização
De brutalidade e sagacidade na aparição
Dilaceração dos parasitários
Absortos em movimentos fragmentários “Hard-Core”