Senhor, abençoe o povo sonhador
Por favor, não deixe que alimente só o rancor
E já não basta crescer com a vida que nem madadrasta
Que apunhala, não embala, não abraça e te malrata
Enquanto a chuva cai, um foge com a arma em punho
Uma noite sombria outro corpo sem testemunho
São vidas em rascunho, sem arte final na tela
Um sonho de consumo de um barraco na favela
Assassinos aprimoram a visão pelo malote
Meninos se assassinam por causa de hot dog
Os pés cansados, calejados sobre o asfalto do centro
Entre os monumentos paisagem de sofrimento
Querem menos que voçê que passa com os vidros fechados
Um moletom rasgado, um sorriso estampado
Querem menos que voçê que desvia o olhar
Um abrigo, um amigo, um motivo pra voltar
E resgatar, a inocência de que um dia foi criança
Matar a sede d'água não se afogar na vigança
Crê na desesperança que o acompanha é justo
Sabe que sua andança pra morte não leva custo nenhum
Pra deus não pede orientação ... não
Esquece das calçadas onde bate seu coração
Sobre o chão outro irmão companheiro da solidão
A noite chega em suas preces pedem só uma refeição
Cidade fria abrigo dos refugiados
Calçadas viadutos onde voçê cresceu
São mentes consumidas pela dor do passado
Intorpecidos nem se lembram mais de onde nasceu
Olhos abertos por dentro vejo a maldade
Garrafa pet, impede a sobriedade
Na cidade cinzenta devoradora de sonhos
Torna o mais inofencivo num pesadelo medonho
Conhecedor do descaso, das ruas acrobatas
Adolescentes, adultos tratados igual baratas
Voçê pisa, esmaga, afogenta como um bicho
Pra quem não ganha velório o caixão é um saco de lixo
Não solta pipa mais dá linha quando é necessário
Busca pessoalmente o presente de aniversário
Perdeu tudo que tinha não sustenta nem o nome
Amedrontando quem passa mostrando a cara da fome
Comemora o natal intusiasmado contente
Semblante resulente de presente toma enchente
Comemora o reveillon vai veste-se de branco
Chapa com chandom enquanto as goma desce os barranco
Durma com quem sempre dividiu com voçê
Um cobertor sem amor mais ainda querem ter
O calor acolhedor sentindo o gosto do prazer
Sem temor e sem ter medo de morrer
Inocencia nunca trouxe a segurança na terra
Prosseguindo a matança vendo as vida que encerra
Outra alma congela dando aseus as madrugas
Tão frias e solitárias há uma vaga quem aluga ?