Eu vou tirar o barro
A merda do meu sapato
Já decorei o livro
O sentido tá no tato.
Figurinhas repetidas
Pra fragmentar os fatos
A mentira deu um nó
A verdade tá no saco.
Eu nunca fui o príncipe,
Eu nunca fui o sapo,
Meu passado está morto
Meu futuro nem veio,
Rugas no espelho,
Quebradas...
Meias e veias furadas,
Num revoar de magoas,
Velas acesas e luzes apagadas.
Sem jantar.
Eu canto um blues.
Azul da cor do céu
De nuvens partidas ao meio
Assinei de lobo mau
E vim de patinho feio.
E ninguém poderá
Me convencer,
Que não existe amanhã,
Estou aqui amanhã.
Agora e amanhã.
Existe amanhã.
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