É a força do vento e um punhado de mar
Um brilho nos olhos e a vontade de amar
O contorno todo, a brisa leve, um destino em qualquer cais
Uma chama que brilha e insiste em dançar
Um rio que transborda e precisa cantar
Uma gota fina, que desce viva nas bordas de um “até mais”
Um sorriso no rosto que não olha pra trás
Um batuque no peito que convida pra mais
Vida a fora, estrada a dentro, me entrego no meu olhar
Minha alma não procura sossego
Minha paz eu encontro no vento
No destino, a graça, a gana, a raça, boa sorte em qualquer lugar
E eu não posso mais parar
Não posso mais parar
Não quero mais parar
Não vou mais parar
A noite chama a lua, a lua chama o mar
O mar chama o vento, o vento vem me buscar
Os cílios abrem a alma, a alma é o lar
O sorriso abre a porta e deixa o mundo entrar
As palavras correm soltas e deslizam no ar
A língua pede um tempo pra poder degustar
E um breve, doce, amargo adeus se demora no meu paladar
Uma sede que nasce no seio
Uma fonte que brota de dentro
A roda gira, o choro acaba, o chão é o primeiro pilar
E eu não posso mais parar
Não posso mais parar
Não quero mais parar
Não vou mais parar
Eu não planejo os meus sonhos
Eu não desvio os meus medos
Eu não cutuco o sossego
Meu lar eu levo no peito
Eu coleciono segundos
Eu visto o corpo ao avesso
Eu jogo as cartas na mesa
Aposto corrida com o vento
Eu danço sem contar compasso
Mergulho de corpo inteiro
Eu choro sem embaraço
Eu canto o que vem de dentro
Eu não ignoro o desejo
Eu não sufoco o que perco
Meu riso é meu mundo inteiro
E eu não posso mais parar
Não posso mais parar
Não quero mais parar
Não vou mais parar