Deixei escorregar
de leve o punho
E na folha pautada,
Arrisquei minha sorte
Persegui com uma pontinha
de pena meu futuro
Traçando ao compasso
das linhas meus projetos
Fui livre, fui ladrão,
logrado, louco
E rasguei mil muralhas
Quebrei mil contratos
Fiz amor
com uma pontinha de pena
E fui amado
Vedete pra ser aplaudido
Bicho raro pra ser enjaulado
Mas subitamente percebi
o meu engano
De que me servia
escrever e criar
Tanta confussão
De que me servia uma folha,
uma pena na mão
E, então:
Deixei tombar
de vagarinho o punho
E me lembrei
que a vida não é
nenhum rascunho
Que a vida não é
nenhum...
Uêh! Nanhanauêh!
OBS.: Integra o LP Vanusa
Sonhos de Um Palhaço - 1974.
CD: E-Collection - Sucessos
e Raridades - 2003 - 2 CDs.