Passa a linha na chumbada
Ata no empate do anzol
Pra o frio ou calor do sol
Vai barraca e cobertor...
Pega um pãozinho caseiro
E café pra acompanhar
De caniço e samburá
Lá vai o zé pescador.
Cada vez que o pescador
Arrisca-se na pescaria
Não passa de apostador
Pegar peixe é loteria.
Sentado lá na barranca
Com cada linha estendida
Fica esperando a corrida
Que pela escassez demora...
Quando a noite se aprochega
Faz um fogo no costado
No outro dia cansado
Junta tudo e vem embora.
Cada vez que o pescador...
Diz o zé que antigamente
Era farta a pescaria
Tinha peixe a reviria
Em rio, açude e valão...
Que a gana do progresso
Se tornou devastadora
E o veneno da lavoura
Também traz poluição.