No braço dessa viola
Corro os dedos todo o dia
Seu acorde me consola
Quando a saudade judia,
Meu verso sai da cachola
E não existe escola
Pra ensinar a poesia.
Com ela ganho meu pão
Nesse mundo sem porteira
Tem violeiros de montão
Nessa pátria brasileira,
Pra que o mundo inteiriro veja
Nossa raiz sertaneja
Atravessando a fronteira.
O caboclo é sem frescura
E não faz questão de luxo
Vive bem da agricultura
Na caça queima o cartucho,
Ninguém vai acreditar
Que quem está a criar
Essa moda é um gaúcho.
O rio grande e o sertão
Polos de grande valia
Gaúcho tem tradição
E o caboclo a cantoria,
Com garra e sentimento
Podem unir seus talentos
Pra vencer com a parceria.