Ainda dói em mim
Passar pelo portão dela
E quem já naufragou em mim
Não aparece na janela
E quando eu passo
Quando posso disfarço
Porque minha vida é a linha das tuas mãos
E sigo calado mergulhado nos passos
Que confirmam as suspeitas de que ando sem chão
É só saber
Eu inverto a poesia
Que um amigo me dizia
Que as noites de inverno não precisam de você
Sei lá o que
De uma casa tão vazia
Que ainda sente tua partida
Está tudo tão na cara
Já não dá mais pra esconder
Agora eu fico aqui
Ficou gigante o nosso quarto
Eu sinto falta sim
De ver jogados os teus sapatos
Me sinto tão fraco lançado ao espaço
Se isso é ser livre eu quero minha prisão
Escuta este otário que ainda guarda o retrato
Que fala sozinho e não tem atenção
É só saber
Eu inverto a poesia
Que um amigo me dizia
Que as noites de inverno não precisam de você
Sei lá o que
De uma casa tão vazia
Que ainda sente tua partida
Está tudo tão na cara
Já não dá mais pra esconder
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