Decidi, viver agora.
Desde que pensei mim.
Quase tudo mudou.
Tudo acaba, tudo muda, transforma, tudo passa.
Não desfaz no tempo, como no vento a fumaça.
O passado voltou, se lembrou, você desfarça.
Um dia é do caçador, outro dia é da caça.
Tem dia que é foda, está num beco sem saída.
Queria voltar atrás, alguns anos da minha vida.
Rá se eu pudesse, com a força do pensamento.
Criar, fazer existir, uma máquina do tempo.
Viajando pelos anos, vagando pela história.
Eu sei ele está vivo, mas é só na minha memória.
Veja que o tempo é rei, também é predador.
Quando você olha pra trás, varias coisa ele levou.
Por mim que leve mais, deixe só o que tem valor.
Amizade, lealdade, só quem é viu que constou.
Muito amor, muito amor, muita fé, muita coragem.
A estrada é longa, não desiste na viagem.
Saudade é inevitável, pena que machuca a gente.
Dá um aperto no peito, tristeza vem na mente.
Você não virou passado, no meu rap está presente.
A gente sendo nós mesmos, já somos diferentes.
Você não esperava, aquilo aconteceu.
Eu acreditava, o mundo corrompeu.
Estava tudo claro, de repente escureceu.
Sei que a vida está confusa, é só mais um que se perdeu.
Levanta gladiador, finge que é um coliseu.
Não se prenda no passado, quem vive disso é museu.
Não vim pra te julgar, esse papel nunca foi meu.
Mas viva sempre o hoje, porque o amanhã não aconteceu.
Sei que é foda a dor, dificil é a maldade.
De quem está trancado, jogado atrás das grade.
Esperando a liberdade.
Saudade só multiplica.
Ao ver toda família, o sentimento, ninguém explica.
Quando eu era pequeno, irmão, terror da escola.
Saudade ao lembrar, eu menor jogando bola.
Tempos de criança, no Valério fiz amigos.
Passaram uns 10 anos, alguns ainda estão comigo.
Indo na apresentação, até incentivando.
Gilson, Duarte, mais um pá colando.
Eu de canto, lembrando.
Voltando à um tempo atrás.
Oh tempo bom, pena que não volta mais.
Só em pensamento, em cada lembrança.
Pra quem já viu o tempo, matar a esperança.
Refrão:
Saudade que tenho, daquela base da rima.
Saudade que tenho das fases da vida.
Saudade que tenho do que eu vou ver ainda.
Saudade começa, mas nem sempre ela termina.
Sou ar.
Então deixa eu chegar.
Terror sonoro, guerreiro do FreeStyle.
Varios que se vendem, recebem mais do que valem.
Falando a verdade.
Na veracidade.
Recolho o detalhe, destaque na imagem, a realidade, coloco em debate, sem controle de natalidade, o preconceito da sociedade.
Eu vejo criança, caminhando à margem.
À sombra da maldade, por onda sonora promovo o resgate.
Eu vejo espirito perdido, em cada canto da cidade.
Quem deixou de ser amigo, é que nunca foi de verdade.
Saudade é o que preenche, o sofrimento em cada frase.
Mas também deixa um vazio, do que eu possa ser mais tarde.
Barreira inexistente, na nossa mente chamada saudade.
O sistema que rotula, comercializa a sua imagem.
Como um produto, embalagem.
Suas vidas, descartáveis.
Não seja um personagem.
Escravo de uma identidade.
Sei que a justiça é cega e não aprendeu a ler em braile.
Não importa a velocidade sonora, viagem passando a mensagem.
Alguém me disse que a vida é uma festa, a gente depois que começa, e sai antes que acabe.
Fica igual o Luter King, Sabotage, Zumbi dos Palmares.
Sozinho na multidão, me sinto livre até no cárcere.
Poeta, marginal, daquele naipe agora invade.
Fica igual sequestrador, à procura de um resgate.
Que desvenda na sua mente, segredo guardado à sete chaves.
Se ligue na vida, cambada infernal.
Retrospectiva do bem para o mau.
Da falta de emprego para a população.
Sede e fome que mata os ladrão.
Os bico comenta sempre no jonal.
Corpo esticado na horizontal.
Não é bom os poemas de Carlos Drummond?
Visite o inferno, e verás como é bom.
A vida sofrida do pobre que morre.
Doente, no gueto, e ninguém te socorre.
Violação dos direitor humanos.
Menores de rua, nos centros urbanos.
Que crescem sem pai, sem educação.
Sem alternativa, vivem de avião.
Na periferia não é diferente.
Correm mais rápido para chegar mais na frente.
O mãe já morreu, o pai está ausente.
A ultima chance, é morar com os parente.
Longe do crime, da bala, do pente.
Guerreiro do rap, sobrevivente.
É aqui quem fala nesse instante.
O que você vai dizer à Deus com as mãos sujas de sangue, sangue, sangue...
E agora.
Ela chora.
O que vou fazer? Lamento.
Só lamento
O que vou fazer? Lamento.
Só lamento.
E posso eu fazer, Lamento?
Só lamento.
E vou fazer, Lamento!
Só lamento.