Revolução pela vida e um marxista cansado
O geógrafo então cria no embrião instaurado
Mataram outro menino preto
Mataram outro menino preto
Mataram outro menino preto
E ele apontava pra vida, o redentor lhe faltava
Ó mãe gentil e omissa, têmis de balança quebrada
Mataram outro menino preto
Mataram outro menino preto
Mataram outro menino preto
Efeito colateral, central, no cerne.. A guernica.
Dívida histórica, mais valia, em troca samba, crime e alegria
Mataram outro menino preto
Mataram outro menino preto
Mataram outro menino preto
Mataram outro menino
Mataram outro menino preto
E a farda mata a gente, mata a gente de vergonha
A farda mata a gente, mata a gente de vergonha
Vergonha na cara!
Vergonha!
Jogaram tinta na vida, é preta a morte matada
Não era um gil ou um milton, mas uma farda lava a outra
Mataram outro menino preto
Mataram outro menino preto
Mataram outro menino preto
E a marcha leva a bandeira e a paz vem toda encardida
A romaria não calha, tem mais tristeza que bíblia
Mataram outro menino preto
Mataram outro menino preto
Mataram outro menino preto
Traçado mouro ameríndio, pelo improviso e à margem
Território, apêndice, resiste, reside e incide no alto,
Onde mataram outro menino preto
Mataram outro menino preto
Mataram outro menino preto
E a farda mata a gente, mata a gente de vergonha
A farda mata a gente, mata a gente de vergonha
Vergonha na cara!
Vergonha!