A calma é o melhor anestésico pras nossas almas,
Agora posso respirar profundamente dentro da água.
Um eclipse me mostra que o sol ainda existe,
Pra todos aqueles que insistem em provar que ainda exitem,
Nesse horizonte não vejo nada além de tudo aquilo que acreditei,
E desse única vez não pisco os olhos há mais de um mês,
Meu corpo e minha alma se fundem nesse lugar,
Enquanto os meus pés afundam na areia e no mar.
Estou além do que conheço, aos poucos envelheço,
Já não me reconheço, não sou mais o mesmo,
Nossas imaginações podem voar mais alto que os pássaros,
Depois do pôr-do-sol.
Consigo ir além do que imagino, consigo desenhar o meu destino.
Vejo a minha história em algum livro, que nunca será lido por ninguém,
O mundo às vezes é tão divertido, quando voltamos ao início...
Encontrei um paraíso onde a melhor companhia é a solidão,
Agora posso enteder que nem tudo o que é dito exije uma razão,
O espelho da água não nos reflete nenhum defeito,
Aqui somos perfeitos, aqui podemos brincar de sermos nós mesmos.
É tão triste acreditar que isso seja só um breve momento,
E que tudo venha a acabar amanhã, logo tão cedo.
E meu último desejo será que esse sonho não se despercide,
Antes do nosso último canto, nosso último canto do cisne.
Quantos sonhos você buscou na praia?
E quantos outros você deixou que se afogassem no mar?