Toda a negação é bem vinda
Venha correndo que eu cresço
Rasgue o jornal que não leio
Como um pedaço do mofo
Deixe a cereja pra mim
Que eu não lhe impressiono mais
Não vendo alegria
Não gosto do jeito que é o jeito do mundo
Não gosto de hora tampouco segundo
Não compro cimento pra cobrir saudade
Sei de có e salteado a identidade
Eu me confundo no uniforme
De um cordeiro perfeito
Eu me consolo pelo sentimento
Inteiramente próprio da verdade
Toda cama pede uma menina
Toda noite eu amanheço
Radiante pelo visto
Relutante pelo rosto
Sendo visto como o posto
Do modelo social
Todo dia é a mesma rotina
Toda a morte um recomeço
Todo sábio é o infinito
Todo vivo é meio morto
Faz de conta que o imposto
É mesada nacional
Eu me confundo no uniforme
De um cordeiro perfeito
Eu me consolo pelo sentimento
Inteiramente próprio da verdade
Um vagabundo iluminado pelo fogo no peito
Um coração apaixonado pelo sentimento cinza da cidade