Essa triste ironia que lateja
uma pilha de corpos cerrados
Vários pontos de fuga
levam do nada ao inferno sem chão
Dormindo e morrendo
vivendo sonhos genéricos
em uma parede de ossos porosos
que se quebram
e se transformam em pesadelo
Dormindo e morrendo
anestesiado pela ilusão
sem sentir o chumbo quente
que banha o coração angustiado
Uma dor que não descansa
Dormindo e morrendo
a luz brilha forte
mas seus olhos não queimam
você vê a saída
mas o medo te prende
Essa triste ironia que lateja
uma pilha de corpos cerrados
Vários pontos de fuga
levam do nada ao inferno sem chão
Dormindo e morrendo
agulhas que furam a alma
costuram sua carne
Um presente dos que te enganam
que te roubam as forças
Dormindo e morrendo
você tenta acordar
as vozes das tumbas te perturbam
te sufocam
e te causam tremores
Dormindo e morrendo
um espírito de imundície bem ao seu lado
com cinco estrelas em cada mão
te injeta novamente a insanidade
O sonho de acordar se distancia
e a agonia começa de novo
Essa triste ironia que lateja
uma pilha de corpos cerrados
Vários pontos de fuga
levam do nada ao inferno sem chão