É som de preto, Com o batuque no peito.
Com a identidade do gueto, de onde eu busco respeito.
Trago comigo minha ancestralidade viva
Que me guia em cada esquina que eu pise ou vá,
Reverenciar a mãe das águas que me banham
Força natural, Odoiá e Oxum que me acompanhe.
Africanidade essa é minha ideologia
Se não corresse no meu sangue não sei como seria
Com a guia no pescoço que me protege
Cada dia mais forte, a força que me rege.
Do canto falado de onde eu me criei
Com a música na alma eu representarei
Meu cabelo crespo minha identidade pura
Na terra de quilombos com lutas e amarguras
De pés descalços ao chão, Fortalecendo a missão.
A cima de tudo a união, Quer vc queira ou não.
As cicatrizes no rosto, o seu retrato.
Cravando os pés ao chão eu levo o seu legado
Jah ilumine o chão que eu piso
Transmite para mim tudo o que eu preciso
Somos pretos
Identidade do gueto
Somos pretos
E merecemos respeito
Somos pretos
Com sangue vivo no peito
Com sangue vivo no peito
África! Acorrentada África,
África! Negra menina África
África! Tua beleza rara,
África, África, África, África.
África, negrume meus olhos.
Negrume meu valor, negrume meu passado.
Relembrados por aqueles que têm a pele escura
Relembrado por aqueles onde a vida é dura.
Que carrega a dor de um povo sofrido
Que faz soar os batuques em seus ouvidos
O sangue e suor derramado meu corpo sente
O silêncio dos tambores ecoa suavemente.
Filhos do sol realeza africana
Luzem teus olhos reacende as chamas
Que foram apagadas por chicotadas
500 anos e será que foram libertadas?
No fundo do mar o silêncio fala
De longe estremece a voz da Mãe Africa
Versos de sangue meu corpo já não sente
Por isso não me calo quebro as correntes.
Filhos do sol realeza africana
Luzem teus olhos reacende as chamas
Os traços da nossas lutas carregamos no peito
Meu ancestral tá comigo, merecemos respeito.
Somos pretos
Identidade do gueto
Somos pretos
E merecemos respeito
Somos pretos
Com sangue vivo no peito
Com sangue vivo no peito