Eu me pergunto sobre o mundo lá fora
Já faz um tempo que eu não saio da toca
Pela janela minha visão desfoca
E eu sinto o arrepio que me toca
Tudo cinza já não tem brisa
Se encontrar um bom lugar então me avisa
Três dias, a mesma camisa
Sensação que não se vale o chão que pisa
E minha mina ta no quarto
Passaram das quatro, dormindo tranquila do meu lado
É que eu passo firmeza com as cartas na mesa
E ela jura que nada vai dar errado
Eu avisei e visei e fi sei que tudo é consequência
Já não tem cheiro de chuva
E a ignorância me caiu como uma luva
Trampando e compondo
Do ponto de encontro
Da folha com a ponta da bic
O mundo é padrão
Vim pra outra missão
E não só pra ser mais um brick
Eu pego a visão de tudo que é ruim
Mas cultuo na mente tudo que há de bom
O mundo não espera o melhor de mim
Mas não posso deixar quem me ama na mão
Ta na ponta da bala
As memória da história do que eu vivi
Então por fazer alguém me fala
Em qual momento do rolê que eu parei de sentir
Eu só queria um jeito easy
Ganhar sem trabalhar e fazer minha vida festa
É triste, chapa, até que eu vi a minha eagle apontando pra uma testa
Não é o creme, é o crime
E a responsa é só minha
Eu sabia que perigo tinha mas eu não sabia como é que ele vinha
Subiram eu e mais três
Pela escada, até o andar número 6
Descobre a senha do cofre (chefe)
Que agora não vai ter mais vez
Era a moeda que tentava minha carne
Caiu as conta quando soou o alarme
E o b.o. Tava na mão, tava feita a confusão
E agora era tarde
Queria a mão pra contar nota
Não pra ficar presa na algema
Entrei atrás da viatura, dura sensação de quando seu neurônio queima
Era o plano perfeito, adrenalina que batia no meu peito
Me fizeram uma proposta, eu não vou dar as costas, então chapa, eu aceito
O velho mora lá na cobertura e sempre vai dormir cedo
Eu tenho a chave da fechadura
Então não tem porque cê ter medo
O cofre era música
A viatura era o peso do mundo
A arma era o rap, a bala era as track
E o crime é pensar diferente de tudo
Se meu crime é viver do que eu amo
Me traz a cadeira elétrica