Sopra, sopra, vento sopra
Sacode a poeira que cobre o sertão
Sopra, sopra, vento sopra
Acende a fogueira do meu coração
Ó menino, assovia chamando
Pro vento soprando limpar esses grãos
Eu quero ver a colheita bem pura
Na mesa fartura de flores e pão
Lavadeira, minha querida
A roupa estendida precisa secar
O mesmo vento que sopra na roupa
Retira tua touca e faz teu cabelo voar!
Sopra, sopra depressa esse corte
Que a faca da morte feriu o povão
Ó meu vento alivia essa dor
Afaga essa flor que cresce em meus chão
Que o vento geral da alegria
Que a brisa-harmonia nos venha soprar
Que o cheiro nova da nova estação
Penetre o pulmão, nos dê novo ar!