Wilson Paim - Cevador Тексты

Cabelos brancos, pintados de geadas,
As mãos calejadas do bom cevador,
Uma cevadura de erva, da buena,
Pra tragar as penas do trabalhador.

Taura guarani, de sangue tapuia,
Manejando a cuia com bomba de prata,
Figura central da cultura gaúcha
Que Barbosa Lessa bradou em La Plata.

Figura trigueira, de sol da Província,
Com mãos de perícia pra cevar o mate,
Rito hospitaleiro, que venceu fronteiras,
Na mala campeira do velho mascate.

Uma seiva verde na Era de Aquários,
Um hábito lendário, vindo das Missões.
A princesa moura no alto do Jarau,
O pampa em que Blau plantou tradições.

Quem prepara mates de cordialidade,
A fraternidade nasce e frutifica...
A boa convivência está em cada gesto
Do homem modesto, com alma tão rica.

Se tanto já louvamos ginetes, tropeiros,
Patrão e posteiros, o poeta e o cantor,
Trazemos um abraço fiel e macanudo,
A quem une tudo: o peão cevador!
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