Vou avisando logo
antes que eu lhe afogue
com tanta aflição:
Minha poesia é estéril
sem rima sem par;
é só solidão.
Sou aquele anjo torno,
jogado, quase morto,
trancado no porão.
Meu olhar cansado
sem brilho, sem cor
é só ilusão.
Desculpe pela tristeza
pelo clamar.
Coleciono palavras bonitas,
mas são as aflitas que vêm pra bincar.
É aquela dor de outrora,
rompendo a aurora
do meu coração,
feito um trem vazio
cortanto os trilhos
de volta à estação.
É um dobrar de esquina,
uma eterna sina
de sofreguidão,
feito um grito seco
deixano eco
na escuridão.
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