Voz Sem Medo - Há Tempo Pra Tudo Тексты

Você que pergunta cadê o Voz Sem Medo?
A resposta sou eu. Não está me vendo?
Sua língua é grande prove do seu veneno
Se o tempo não foi capaz de te ensinar
Que há tempo pra tudo: de ouvir, falar...
Meu tempo é agora. Não saia fora.
Fique atento não pise na bola.
Lembra? Lembranças. Me diga, me fala...
Meu nome é Djara!
Aquele moleque que você criticava.
Hoje cresceu. Rap é Rap é eu sou mais eu
Sou do tipo de cara que canta; escrevo do jeito que quero.
Mentir? Não preciso sou mais que sincero.
Não tenho segredos.
Chamas meu mano: _ Aqui Voz Sem Medo!
Estou preparado. Ouvidos atentos.
O que vem de você. Está querendo nos derrubar,
Crítica é critica, então vou falar:
Eu já me cansei do seu papo furado
Dizer que ninguém escreve bem. Vou mais além
Se desta forma você esta nesse meio também.
Eu falo a verdade e sem falsidade dispenso a sua amizade
Olhe bem para você... Se dez das antigas
O cara que você glorifica foi o que te fudeu...
O cara chega a mim e diz: _ Porra Djara, você canta pra caralho. Mas aquele parceiro seu...Canta nada!
E olho no olho e sei o que ele faz: ping - pong
Quando eu tô, fala a mesma coisa. Espírito de porco.
Filho da puta. Fala de mim pelas costas.
Na minha frente puxa meu saco;
Baba meu ovo. Estende a mão...
Não! Não pego na sua mão não
O jogo é jogado. Baralho marcado.
O tempo não para. Que espera se cansa.
Sou do signo de câncer. Virtude. Vingança.
A memória não fala.
Poucos que tem. Poucos que usam vergonha na cara.
É fita errada. Ontem amigo. Hoje inimigos.
Pra mim não há problema, sozinho não vivo.
Mais meus amigos. Crescem e mais crescem e se multiplicam
Não cito nomes e não é preciso
Olhe a meu lado e verá isso
Olho em seus olhos e sinto a inveja
Mas não esquenta, estou protegido;
Oxossi comigo e fé em Deus...
E se hoje me escuta é porque aprendeu
O preto já entra na guerra baleado, tá ligado!
É que nem o Chamas diz mesmo:
?Senso de inferioridade?
O cara que isso e aquilo! Quer ser igual à gente? Melhor?
Ter só talento não adianta não. Tem que lutar. Ser correria.

Djara, comigo desde pequeno também foi assim:
Falavam de mim, sem me conhecer.
Hoje eu digo: _ meu trampo tá aí.
E o seu, cuzão? Então vem cá, vá se fuder.
O preto catarrento. Pobre fudido aqui sem pai sou eu!
O mesmo neguinho de quem você falava por trás venceu.
Devagar sempre na manha pra não assustar
Me adiantei. Passei na frente de quem um tento me enganar
Sangue suor. Muitas lágrimas no caminho rolaram,
Na minha face, claro que sim. Sem disfarce
Eu sou: homem, negro. Não nego. Confesso enfim;
Em muitos momentos quase desistir
A vizinhança os falsos amigos faziam fé:
?Vai ser ninguém? profetizavam. Vê como é
Tendência pra ser ladrão a condição o meio ambiente
Pro lado do mal me favorecia
Talvez um traficante, um viciado, uma vítima...
?Jovem encontrado morto. Entre a quadra doze e a Vila São José. Rapaz escuro, cabelos enrolados, olhos castanhos...?.
Mais uma vida ceifada antes do tempo.
Apelidado: Chamas-CMS!
Não foi dessa vez estou aqui. É tudo mentira.
Infância dura. São... Só seis, comigo sete irmãos. Criados sem pai. Barraco de madeira podre, esburacado, em luz, sem gás.
Minha mãe Dona Luci. Chora, pede, implora, ajuda divina.
Eu na cama. Colchão velho. Coberto com fino um lençol.
Sentindo um frio da porra, a tudo ouvia...
Comida? Leite? Pão? O que é isso?
Nem um par de sandálias havaianas eu tinha!
Vaguei pelo mundo. Aprendi de tudo. O certo o errado.
O raso e o fundo. Não vacilei. Não segui a muitos
Nunca, jamais larguei os estudos.
VOCE ME CONHECE me viu crescer
Várias vezes... Faltei. Uma semana, quinze dias, um mês...
Sem ir à escola. Na rua todo sujo com outros moleques
Fumando bagulho, cheirando cola.
A mão pesou não aquentei, pedi arrego a Jesus Cristo. gritei:
_ Senhor, me salve, pois sou pecador.
Mudei de rumo, acertei o prumo.
É só o começo uma parte de tudo
Não vou parar. Você ninguém vai me parar
Na fita sou eu. CMS. Guardados por Deus. Vai encarar?
Vencedor. Negro é o que sou.
A pobreza, a malandragem, a cor mal vista pela sociedade. Nada disso afetou o meu destino.
Eu fiz o meu próprio caminho.
Agradeço a Deus pela minha família
Que na infância sofreu junto.
Dividindo comigo o prato raro de comida.
José Carlos, Márcia, Sueli, Naira, Kelli e Elaine Cristina.
Pais separados. Não discuto os motivos.
Beijo no coração. Aperto de mão,
Pra você meu pai: José Gonçalves da Paixão.
E pra rocha de onde eu vi.
Mãe guerreira. Exemplo de vida dona Luci
Te amo mais que tudo no mundo.
Viva para sempre. Faz isso por mim!
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