Pode crer, eu vou mergulhar, eu vou nadar
Nesse mar, nessa imensidão, de quê?
De doideira
Mergulhei, me livrei, deixei ser de normal
Ser mais um acomodado não dá, eu tô legal
Viver no padrão da sociedade pra quê?
Deixar o tempo passar, pra depois se arrepender...
Prefiro ser doidão e viver intensamente
Pelos meus direitos eu vou batendo de frente
Sou doidão, não aceito esmola do governo
Propaganda enganosa, eu não engulo esse veneno
Eu já fiz meu saneamento mental
Me desliguei desse mundinho normal
Me curei combatendo o sistema
Com os olhos do espírito vejo que a vida vale a pena
Pode crer, eu vou mergulhar, eu vou nadar
Nesse mar, nessa imensidão, de quê?
De doideira
Pega, mata e come, carcará
Sandra Sá já falou: "Quero ver você dançar"
Metaforicamente a gente já vem fazendo isso há muito tempo
E politicamente, tempo quente, o frio, injustiça, Brasil
A pátria amada não tem nada de gentil
Molecada, meninada são jogados nas calçadas, que mancada!
Tem muito dinheiro sendo levado por fantasmas
E a diretoria disse que não se envergonha de nada
A árvore genealógica é única
Retirante, metalúrgico, Presidente da República
Isso é bom, muito bom
Agora o povo tem um representante direto lá no alto escalão
Isso só acontece em terras brasileiras
Pode crer, viver nesse país é mó doideira!
Pode crer, eu vou mergulhar, eu vou nadar
Nesse mar, nessa imensidão, de quê?
De doideira
Louco, louco sou eu de doideira
Mas na corrreria de segunda a segunda-feira
Remando contra o vento sem eira nem beira
Tem gente que não entende e fala um monte de besteira
Deixa quem quiser falar
Não vou ligar pra fofoca da vizinha
Deixa isso pra lá, chega mais, vem pra cá!
Ela cuida da vida dela e eu cuido da minha
Eu sou diferente, mas há quem discrimine
Deve ser porque eu não uso a roupa que tá na vitrine
Aquela moda ditada pela novela
Que deixa a mente do meu povo mó seqüela
No mundo real eu vivo dentro de um hospício
Que é isso, seu doutor, fazer rap é meu único vício!
Isso daqui é excesso de dopamina
Odiado pelos manos e adorado pelas minas
Eu sou a metamorfose ambulante em pessoa
Incomodado que se mude, eu tô numa boa
Então, chega mais (só sangue bom)
Se não for pra somar, não vem, não vem não!
Pode crer, eu vou mergulhar, eu vou nadar
Nesse mar, nessa imensidão, de quê?
De doideira...