Nasci campeiro
Gaudério por vocação
Nunca me achico pra china,
Pra capataz ou patrão
Cresci no campo
onde o fraco não vigora
Mais forte se desmama
E se manda mundo afora.
Dono de mim
Eu carrego minha carga,
Por rancho tenho meu poncho
E meu chapéu de aba larga
Meu nome é tchê
Sem sobrenome e sem marca
Mas quando "amunto" no zaino
Não existe outro monarca
Só me acolhero
Para pouso ou para xixo,
"Tou" devedno casamento
Pra quatrocentos cambichos
Eu ganho a vida
Alambrando os horizontes,
Quebrando queixo de potro,
Passando chibo na ponte
Levanto cedo
Antes do canto do galo
E o mundo fica pequeno
Nas patas do meu cavalo
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