Olhando assim, sentado aqui
Na Margem do Jaguaribe
Limoeiro, Sitio Juriti
Olhando assim, há quem duvide
Do que virá, do que será que está por vir
Olhando a água do rio fluir
Suavemente, há quem tente
Inutilmente intuir
O que virá, o que será que está por vir
O cheiro da alfazema
No sertão é um poema
Passada a chuva, a invernada
O verde inunda a estrada
Coisa linda é o sertão
O povo roots e a cultura
Nessa imensa região
A água é escassa e a vida é dura
Ah, ah, ah, ah… Assolação
Sobreviverá querendo ou não
Ah, ah, ah, ah... À essa geração
O que será, o que virá sobre o sertão?
Se o sertão vai virar mar ou se vai virar deserto
Ou se um novo Jardim de Alá nascerá aqui por perto?
Num momento de paz e quietude singular
Eu e meu cachorro Noir
Sentados à sombra da Oiticica
Projetando ao longe a vista
As folhas da carnaubeira
Acenando furtivas e faceiras
O zumbido das abelhas
Na caatinga florida
O som do vento no agreste em tudo se assemelha
A uma contínua cantiga
A passarada em revoada
O passo lento da manada
O rio correndo num suave movimento
De calma aparente
Que não aplaca o sentimento
De tensão e inquietude iminente
Ah, ah, ah, ah… Assolação
Sobreviverá querendo ou não
Ah, ah, ah, ah... À essa geração
O que será, o que virá sobre o sertão?
Se o sertão vai virar mar ou se vai virar deserto
Ou se um novo Jardim de Alá nascerá aqui por perto?
Se o sertão vai virar mar ou se vai virar deserto
Ou se um novo Jardim de Alá nascerá aqui por perto?