Bombas no colchão
Resta um sonho quase inteiro, enfim
Pedaços de um ronco que se cala
Guerrilheiros na sala, é madrugada
Não sei se é ilusão
Cai o teto e cai em mim
Pelo ar pedaços de sonhos, tapetes da sala
Guerrilheiros se calam e é madrugada
Molotovs no céu
No banheiro a descarga é o sinal
Motores ligados e corpos no escuro
Letras de sangue nos muros das embaixadas
Desço ao quarto andar
Todos dormem tranquilos
Meu colchão está em chamas
Ouço gritos
Não há tranquilos, nem mais sonhar
A cidade desmancha
No começo era um sonho, mas a dor já desponta
Guerrilheiros reais explodem tudo e vão dormir
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