Vou contar a minha vida, do que eu já tenho passado
Sempre foi rapaz de gosto, um cabocro arrespeitado.
Já fui violeiro de fama, das morena cubiçado.
Tudo isso se acabo, hoje eu vivo desprezado.
No Triângulo Mineiro, no lugar que eu foi criado,
Eu amei uma morena que caiu nos meu agrado.
Ela gostava de outro, sempre me trouche enganado.
No meu rancho da floresta, hoje eu vivo desprezado.
Este meu sertão de Minas, pra mim está tudo mudado.
Sempre chorando a saudade daquele tempo passado,
Nunca mais dancei catira, vivo triste, acabrunhado,
Daquela ingrata mineira, hoje eu vivo desprezado.
Meus suspiro são doído, no meu peito machucado,
Mais eu tenho uma vingança, no meu coração guardado:
Se a mineira se arrependê, eu não quero mais agrado;
Já acostumei com o desprezo, quero viver desprezado.