Minha quebrada, várias treta, vários bang
Tiro pra todo lado, morte a cada instante
Pra cada assassinato, aqui não existe paz
Os moleque da minha idade, porra, não existem mais
Cliklin plá plá plá, sobrevive quem corre
Chuva de bala pra quem não se envolve
Perfurando seu pulmão
Nem tente respirar
Desligue a porra da TV, e veja o sangue jorrar
Sociedade amedrontada, acabaram de matar!
Mais 1 pivete tá no chão, dona maria vai chorar
-1 Na minha favela, +trabalho pra perícia
Raça do caralho, isso que chamam de polícia
Chegou as eleições, lá vai você votar
Você é tão burro que qualquer um consegue te enganar
Quem usa terno e gravata
Só pensa em te roubar
Tem proteção 24 horas, basta se candidatar
Você vota e se revolta,vai pra manifestações
Diz que ta na ditadura, ta vivendo é de ilusões
Daria tudo pra minha quebrada, ter 1 dia de sorriso
Porque o demônio tá entre nós usando farda e distintivo
Minha quebrada, várias treta, vários bang
Tiro pra todo lado, morte a cada instante
Pra cada assassinato, aqui não existe paz
Os moleque da minha idade, porra, não existem mais
Trabalhar é o caralho, a moda é matar e roubar
Literalmente uma glock é mais leve que uma pá
Quando seu filho estourar os seus miolos
Nem a puta que te ama vai estar no seu velório
Claro! Todos os dias família chorando aqui
Vendo o caixão descer a cova, mas foi melhor assim
Você será a próxima vítima desse bang
Assista sua novela, vai lá escutar seu funk
Agora rebola na bica vai joga o cu pra cima
Nem por milagre você chega aos 18 de vida
Não espera ouvir a frase: Não corre filho da puta
Bota a mão na cabeça, levanta a blusa
O gigante acordou é o caralho!
Enquanto vocês dormem, o diabo ta acordado
Banho de sangue, dor, luto, choro
Criado por quem usa terno e caneta de ouro
Minha quebrada, várias treta, vários bang
Tiro pra todo lado, morte a cada instante
Pra cada assassinato, aqui não existe paz
Os moleque da minha idade, porra, não existem mais
A guerra não acaba, esse país não muda
Quanto mais o tempo passa, esse mundo só afunda
As ideias do governo não corrompem minha cabeça
Vou falar mais uma vez: Não quero mais veneta
Queria ser herói, não tratado como vilão
Pelo modo de vestir, nos confundem com ladrão
Repito minha frase, pra você abrir o olho
Não sabe viver na favela, não passa dos 18
Quero dar meu rolê, tranquilo, sem medo
E pra sociedade, ser exemplo, para o gueto
Do jeito que tá, não tem como ficar pior
Vejo nego perder a vida por 20 gramas de pó
Empina o seu rabo, faz quadradinho de 8
Essa merda nunca vai calar a voz da 38
Se ajoelha no cadáver do seu filho e agora chora
É 25 na cabeça? Quero ver cantar agora
Minha quebrada, várias treta, vários bang
Tiro pra todo lado, morte a cada instante
Pra cada assassinato, aqui não existe paz
Os moleque da minha idade, porra, não existem mais