Antes de tudo
Quero que saibas
Que esse é o prelúdio
Dessa minha estrada
Às vezes escrevo rimas p/a aliviar a minha mente
Leio a Biblia p/a aliviar a minha alma
Dou um holla num Máfia p/a me sentir + flame
Sinto a batida que toca nas calmas
Nas calmas, brother, vai o rio Úcua
Que deu vida à um riacho, onde a alegria se afunda
Vou fundo quando escrevo
Vai fundo o mais velho
Que acaba a lagrimar, quando lembra do seu tempo
Tempo de combater e afastar-se da família
O seu avô foi escravo de 6 famílias
Chicotes, senzalas, dinheiro p/a às dívidas
Levar macacos em tipóias que consumiam a sua vida
Ou de homens alemães, que odiavam os judéus
Depois de tanto sofrimento, manos se tornaram ateus
Bombas, armas, homens, fardas
Estratégias, campo, mortes, batalha
Quis rimar sobre alegria, mas lembrei-me da Somália
Onde a fome assola o povo que a muito perdeu a esperança
Onde filhos desnutridos, têm mães deslocadas
Pois a guerra assassinou, todo o amor que ali restava
Restos, sobras, míseras sombras
Ser pobre dá medo, dinheiro é a pior droga
Vou aprendendo com os + velhos
Vou aprendendo com os mais novos
Só sei que nada eu sei, então, eu tento e me renovo
Me diz quem faz a guerra
E não morre por ela
Oprime o cidadão
Que vê na revolução
A hipótese de alforria
País sem democrácia (repeat)
Sem água potável
Escola p/a as crianças
População, vive na pobreza
Mortes, guerra, inaceitável
Fé sem esperança
Crentes sem crença
População imigra e sofre as consequências
De enfrentar os preconceitos, que lá fora ainda reina
Bem cientes disso, não há outra solução
Eu também caminho atrás da emancipação
Afastei-me da geração, perdi-me na mata
Pseudosocial, o sorriso vos engana
Mas eu, o futuro não sei
P/a mim, certeza é só uma
Hiphop é o meu fado
Não me vês na Newschool, eu não pertenço à nenhuma turma
Vou aprendendo com os + velhos
Vou aprendendo com os mais novos
Só sei que nada eu sei, então, eu tento e me renovo
Dístico (linhas extras)
Difamaram o Khadaff, assassinaram o Khadaff
Destruíram a Líbia, me diz hoje quem são os escravos?!