Toda a tua vida é um segredo,
Guardado no silêncio dos teus passos,
Discreto, misterioso e subtil,
Nos gestos, nas palavras, no olhar.
Quem pode assim esconder de ti a alma?
Quem pode recusar-te a confissão?
Da tua boca bebo a imensa calma
Que embala e adormece o coração.
Vagueias pela casa a horas mortas,
Num bailado de sombras, quase ausente,
Teus olhos franquiando essas portas
Que se abrem sobre a vida da gente.
Quem pode assim esconder de ti a alma?
Quem pode recusar-te a confissão?
Da tua boca bebo a imensa calma
Que embala e adormece o coração.
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