Eu te procurei no vento forte que bateu
Vendaval que arrebentava tudo
Pois imaginei que só poderia estar ali
Aquele que detém todo o poder
No sopro de sua boca
Mas, não, eu não te encontrei
Veio um terremoto e me tirou o chão dos pés
A paisagem toda foi mudada
Disse: "agora sim, eu verei o grande oleiro
Que modela estrelas como fizesse
Um simples vaso de barro"
Mas, não, não estavas lá
Veio um fogo então com tal requinte de esplendor
Certo que não era desse mundo o seu calor
Eu gritei: "enfim chegou com os seus carros,
O santo, o santo"
Não, 'inda não era o senhor
Brisa leve toca meus cabelos
Numa pétala o deslocar de um anjo
Muito leve tu vieste a mim
Leve, leve, a santidade é leve
Cubro o rosto, alma ao chão prostrada
Leve, leve, a santidade é leve
Muito leve