Harmonia é saber conviver com os conflitos
No silêncio ou no grito
Candomblé cultura elevada, deturpada hoje em dia
Visada mais pela aparência que por sua filosofia
Que sintetiza sabiamente o que shekespeare dizia
O bem e o mal não existem, o pensamento é que os cria
Fazer fama em cima da discórdia é banal
Se for pra jogar sujo não quero ser universal
Tolerância não, eu quero é respeito
Demônio, é quem espalha o preconceito
Na tv, no rádios e até nos escritos
Espíritos de porco são os que acham isso bonito
O mundo em crise, o desrespeito no pódium
E os pastores do cão espalhando o ódio
Templo cheio veja quanta multidão
Hitler também tinha poder de articulação
Quem é pior? ganha a recompensa
Quem espalhar melhor de forma sábia, a indiferença
Cadeia é pouco pra essa gente infeliz
Que incendeia a constituição do país
Sai de reto satanás, deixa o candomblé em paz
Respeita os voduns, nkisis, os orixás
Crê em deus pai, sangue de cristo tem poder
Tem que tomar banho de folha não basta se benzer
Crê em deus, sangue de cristo, deus zé mais
Xô, xô, xô satanás!
Eu não me prendo a nada mas tenho fé não nego
O peso da minha cruz é o das asas que carrego
Não me venha com sua simpatia fajuta
Respeite a nossa crença, nossa história, a nossa luta
Água benta pra mim, é o suor do meu trabalho
Historia negra, indígena, povo revolucionário
Que sua tv não mostra, só mostra seu artista
O demônio, tão famoso, dá até entrevista
Assista! mas me diga como ficar calado
Ao ver a estupidez dizer que exu é diabo?
Falam tanto em demônio, criaram tanta dependência
Que se ele for embora, vocês vão a falência
Que inocência meu deus, se tua riqueza vai além
Quem fez o mundo precisa da grana de alguém?
Olorum, afasta de mim esse encosto
Carregam bíblia, usam gravata e não escondem o rosto
Criminosos! mas eu não generalizo
Reconhecer os que são diferente é preciso
Eu simpatizo com o candomblé, te amedronta?
Se tem erros a corrigir eles não são da sua conta
Vai estudar melhor a bíblia já que não tem o que fazer
Para perceber que o reino dos céus pertence aos erê
Acarajé de cristo é o de toda mulher
Que segue com dignidade a tradição do candomblé
Em vês de criar igrejas, porque não criam empregos?
Eu não preciso de sua sessão do descarrego
Meu orixá é o hip-hop, nele eu tenho devoção
Ele fez minha cabeça e a de milhares de irmãos
O ebó tá sendo preparado com toca disco e spray
Moinho de vento arrastará o mal ao som do dj
Contra o racismo remédio mágico
Cultura afro brasileira e africana alem do ensino básico
Joguei os búzios, vejo possível outro destino
Aos netos de quem mataram o índio galdino
Pra quem estuda a noite taí uma nova lição
Tornar viva uma lei, isso é revolução
É um desafio, o professor tem que ser preparado
Se criar material didático apropriado
O candomblé surgiu a onde? quem diria
Corrija seus alunos professor, foi aqui mesmo na bahia
Que os estudantes evangélicos do mundo inteiro
Possa conhecer e respeitar o espaço sagrado de um terreiro
De umbanda, quimbanda, candomblé, na verdade
Não há paz sem respeito a diversidade
20 de novembro e 21 de março da uma boa pesquisa
Não fale só de zumbi, mas avisa
Que à injustiça ele não disse amém
Era negro, brasileiro e nordestino também
Quem é a guerreira da tribo pataxó hã, hã, hãe
Conhecida na rede aiyê como paula kalantã?
A nossa história está cheia de grandes exemplos
Alzira rufino, lélia gonzáles, beatriz do nascimento
Luiz gama, milton santos, os baiano na fita
André rebouças, manoel querino, maria felipa
Que o 13 de maio se expanda como o capitalismo
Como dia nacional de denúncia contra o racismo
Luiz gonzaga das virgens, joão de deus, manoel faustino
Lucas dantas, leva professor seus meninos
Pra conhecer 4 estátuas na praça da piedade
Dos negros ali enforcados por lutar por liberdade
Se estamos numa encruzilhada, ponto pra gente
Pois teremos, várias opções a nossa frente
E a energia negativa como é que espanta?
Convida a simples rap'ortagem que a gente canta