O homem quando filho
Deve lapidar o próprio destino
Iluminando seus caminhos
Com as verdades que aprendeu no lar
Por quê querer bem a um filho
Não significa obrigá-lo
A viver com nossas verdades
Significa ajudá-lo a crescer
Sem nossas mentiras
Das roupas velhas do pai
Queria que a mãe fizesse uma mala de garupa
E uma bombacha e lhe desse
Queria boina e alpargatas
E um cachorro companheiro
Pra me ajudar botar vacas
No meu petiço sorrêro
Hei de ter uma tabuada
E o meu livro "Queres ler"
Vou aprender a fazer contas
E algum bilhete escrever
Pra que a filha do seu Bento
Saiba que ela é meu bem-querer
E se não foi por escrito
Eu não me animo de dizer
Quero gaita de oito baixos
Pra ver o ronco que sai
Botas feitio do Alegrete
Esporas do Ibirucai
Lenço vermelho é guaiaca
Compradas lá no Uruguai
Pra que me digam quando eu passe
Saiu igualzito ao pai
E se Deus não achar muito
Tanta coisa que eu pedi
Não deixe que eu me separe
Deste rancho onde nasci
Nem me desperte tão cedo
Do meu sonho de Guri
E de lambuja permita
Que eu nuca saia daqui