Não me importa
Se o padre a resmungar na minha porta
É um mapa , um atalho pra resposta.
Não é o que pedi.
É de Cristo
O gosto que existe na carne pelo sacrifício
Com carpideiras em torno
Mas, o que é isso?
Eu não sou assim.
Me preparo
Pra ver esse ninho de urubus caindo do galho
Com o fruto do que se plantou
Um amor anti-horário.
Ponta de cobertor
Pra quem precisar de pastor.
É na culpa
No prazo que você recebe pra pedir desculpa
Que o corpo se esquece que é corpo
E como um recruta executa a missão.
Está no clero
A espera pela corda-bamba, pelo desespero.
Pois, o medo é assim para fé uma espécie de tempero.
Só que eu não comi.
E por isso
Me lanço de braços abertos para o precipício
E vôo por sobre as cabeças e interrompo a missa
Pra cantar um blues
E ascender minha luz.
Pra quê carregar essa cruz?
Pra quê carregar essa cruz?
Pra quê carregar essa cruz?
Pra quê carregar essa cruz?