No Sábado vi uma caixa no chão,
e sem problemas agarrei-a logo então/
estava a brilhar chamou logo à atenção,
parecia daquelas que são 1 num milhão/
Era rectangular e pequena, leve como uma pena,
mas o aspecto é que era a sua cena/
Meti-a no bolso pa não a perder,
pois tal coisa eu não queria que fosse acontecer/
levei-a para casa e examinei-a,
qualquer caixa ao pé daquela era feia/
parecia estar cheia e eu todo guloso,
fiquei curioso de saber se tinha algo valioso/
dentro dela porque ela era tão bela,
era daquelas que um gajo toca e congela/
recebi um choque quando vi o cadeado, fechado,
trancado,
sem puder ser aberto, a chave nem estava por perto/
e eu senti-me num deserto,
e não me armei em esperto/
porque sabia que tinha uma grande viagem,
e corria o risco de cair numa miragem/
Fui com cuidado, vi o canhão do cadeado,
e nunca tinha visto nada disto em nenhum lado/
era um h, o seu formato,
e a minha cabeça pensou aqui há gato/
só podia achar a chave onde ela se perdeu,
então bazei de casa à procura e lá fui eu/
Cheguei ao local onde a tinha descoberto,
e a chave continuava a não estar por perto/
procurei, procurei e procurei,
e não achei aquilo que me faria sentir um rei/
tentei partir a caixa, não funcionou,
tentei queimar a caixa, também não queimou/
Então enervei-me e livrei-me daquela maldição,
daquela caixa que não tinha solução/
1ª opção, mandá-la ao mar,
porque sei que nunca mais a vou encontrar/
então assim o fiz, como quis,
fiz logo à minha maneira, pus os pontos nos i's/
senti-me logo bem, como ninguém,
agora sem esta caixa nada me detém/
vou a correr a celebrar o meu estado,
porque já estava farto da história do cadeado/
ia a pensar em tudo, no bom e no mau,
quando eu não vejo népia e tropeço num degrau/
Recupero os sentidos, ainda fodidos,
dói-me a cabeça mas não estão perdidos/
a dor continua, não pára e dura,
e eu não me quero levantar já/
viro a cabeça, olho para o lado,
vejo uma chave na forma de um h/