Duvido quadro mais lindo
Pra o verso matar a sede..
Um bem domado na soga
E um pôr de sol por parede
As coisas que a gente gosta
Procura ter no costado,
Porisso atar um cavalo
Ta longe de ser pecado..
Até parece um piquete
Com jeitão de mangueira,
Sem querencia definida
Nem cercas como fronteiras..
Algumas braças de corda
E ás vezes um destorcedor..
Cavalo manso de soga
Campeiro sabe o valor..
A garantia pra lida
É a precisão do sogueiro,
Emoldurando um relógio
De um solitário ponteiro..
Vai cadenciando o seu mundo
Pastando em volta do centro,
Enquanto o sol e a terra
Copiam tal movimento..
A soga é que tira as cosca
E desencanta os gavião..
Feito quem pesca um dourado
Puxado em linha de mão.
É nela que se adelgaçam
Pingos pra penca e pra lida..
Também agarra um estado
Quem anda mal de comida.
Um cavalo rodeando a estaca
Retrata um gaúcho ausente,
Pois a lembrança do pago
Vive golpeando na gente..
É o canto pedindo cancha
Na imagem que se apresenta,
Cinchando a corda do pingo
Que o tempo não arrebenta.
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