Com um desfile tão perfeito,
minha escola fez torcida adversária ficar muda.
Unida, em laços estreitos,
da destaque sobre o carro, até o pessoal da ajuda.
E fez, confundir confete com confeito,
uma faminta inveterada e barriguda
A letra do samba-enredo deu, assim, um nó no peito
com lampejos de Drummond e de Neruda,
conseguindo o mesmo efeito,
que uma prece, que servisse aos orixás, a Cristo e a Buda...
Queria dizer sem ser suspeito:
a melodia equilibrou nota mais grave e a mais aguda
e um refrão tão raro, um "Deus nos acuda!", um feito
(e, quando é assim nunca tem jeito, é como a cola que mais gruda!)
Arrancou da face, do austero, embebido em preconceito,
sua expressão tão carrancuda...
mas, se não bastasse o agouro, existem as premissas do direito
e, para tais, não basta, a arruda!...
Perdi um ponto e o carnaval, pois, algo que não é aceito,
é a genitália da modelo aparecer desnuda!!!
...antes tivesse colocado uma bermuda!