Sentada junto à janela
À espera de alguém que nunca chega.
Mais uma noite a embriagar-se
A goles e mais goles de si mesma
As suas flores mortas no vaso
A angústia expressa nos quadros
Seus escritos empoeirados
Aguardam alguém que os leia
Amigos estranhos conhecidos
Indiferentes a seus gritos
Dos rostos erguidos
Que passam por ela sem vê-la
Estranhamente inadequada
E meio de tanta gente, ninguém vê nada
Um pequeno olhar que seja
E vão-se sem que a perceba
Por que ninguém se importa
Por que ninguém se importa
Só o eco da própria voz como a única resposta
O que fez para merecer toda esta culpa
A pagar o preço pela conduta
Das coisas que não aceita
Por não ser quem eles querem que seja
Estranhamente inadequada
E meio de tanta gente, ninguém vê nada
Um pequeno olhar que seja
E vão-se sem que a perceba
Por um minuto de atenção
Só por um minuto de atenção
Partilhar da sua existência e a condição
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