Um cativeiro que se chama casa.
Você sai dela e na boca mordaça.
Gente com sede nem água é de graça.
Onde se para é só consumação.
Você na porta hoje é barrado por sua calça rasgada, seu chinelo na mão.
O que que eu vou fazer, não tenho ninguém não.
Problema seu irmão, problema seu irmão.
E agora eu vou, já tenho a solução
Cumprir pena de vida é a nossa situação.
Não tenho ninguém não, não tenho ninguém não
Problema seu irmão, problema seu irmão.
Um cativeiro que se chama rua.
A verdade é nua e crua.
Como os restos que o mendigo vê.
Uma ajuda, uma ajuda, preciso comer.
E a barriga morrendo de fome.
O seu estado já é pele e osso.
E fecha os olhos pra não ter que ver.
O sentimento mais duro do homem.