Trabalho, trabalho, trabalho
Todo dia essa labuta
Do suor do meu rosto
Eu sou quem menos desfruta
Trabalho, trabalho, trabalho
Que nem um filho da puta
Pra mim uma migalha
Um filé pra quem nunca foi pra luta
O trabalho enobrece
Disse meu patrão
Com sua amante no iate
Trabalhando de montão
E o líder do sindicato
Faz greve por melhorias
Mas quando é promovido
Pau no cu da maioria
Trabalho, trabalho, trabalho
Todo dia essa labuta
Do suor do meu rosto
Eu sou quem menos desfruta
Trabalho, trabalho, trabalho
Que nem um filho da puta
Pra mim uma migalha
Um filé pra quem nunca foi pra luta
Trabalhando chego lá
Disse aquela mulher
Trabalhou tanto e chegou lá
Lá na doença de ler
E de tanto usar a pá
João Coveiro acabou torto
Mas, ora, vejam só
Não tem nem onde cair morto
Trabalho, trabalho, trabalho
Todo dia essa labuta
Do suor do meu rosto
Eu sou quem menos desfruta
Trabalho, trabalho, trabalho
Que nem um filho da puta
Pra mim uma migalha
Um filé pra quem nunca foi pra luta
Olha só que exemplar
Vestiu a camisa da empresa
E ela não vestiu a dele
Nos cortes de despesa
Analisando minha vida
Sou uma puta bem vadia
Permito que me fodam
Em troca de uma mixaria
Trabalho, trabalho, trabalho
Todo dia essa labuta
Do suor do meu rosto
Eu sou quem menos desfruta
Trabalho, trabalho, trabalho
Que nem um filho da puta
Pra mim uma migalha
Um filé pra quem nunca foi pra luta