Que ânsia maleva que escarva em meu peito
Que vontade capeta de ter que sair
É a malvada saudade da noite teatina
Que me empurra de encontro para onde quero ir
Um banho de sanga e os panos de festa
E o potro de trato e aperos chapeados
A estrada em silencio me escuta cruzando
Sabendo que vou retoçar no povoado
Pirilampos me acenam com luzes salteadas
A lua desliza prateando o capim
Mariposas rodeando o candeeiro da noite
Chorando saudade que sentem de mim
Esta ausência termina de pronto e de soco
No clarim do meu potro anunciando a chegada
E os acordes sonoros da noite guria
Parindo cantigas se faz madrugadas
Se o breque do tempo me manda que pare
O relógio da vida me manda seguir
E o abraço matreiro da noite pampeana
Me maneia de amor para não ter que partir
Então assim fico apalpando as estrelas
Bulindo o destino da flor mal-me-quer
E o abrigo da estância que espere minha volta
Num retorno sovado de trago e mulher.