Paulo Betto - Portas do Milênio Тексты

Portas do milênio se abrindo
O novo tempo, em breve
Na foto vira o antigo
A brisa leve do agora
Desaparece na esquina
O sol latente da aurora
Já não combina comigo

Palavra: Filha do tempo
Como um tormento enjaulado
Quanto mais penso, mais nego
Meu universo encantado
É que em mim nasce puro
Só que eu misturo no espaço
E não se sabe onde o muro
Fez do futuro o passado

(E não se sabe em que mundo
Descansa mudo, o pensado)

A fome come como o medo
Nos impede de lançarmo-nos
Para o mar que nos convida
A navegar pelos ares
Até que se chegue a lua
Ou mais um pouquinho o céu
Veja a ida está contida
Na palavra vida

A morte um dia chega e te escolhe
Você mal ficou pelado já tem que usar uniforme
O seu prazer foi castrado, só pode amar escondido
E se andar distraído o seu relógio te engole

Mas que saudade tu em eu
O trem partiu a gente se perdeu
E hoje é cada um em seu lugar
Bem longe do que um dia
A gente disse que seria a nossa vida

Que agora não dá mais, o quê
Não dá é pra perder
Mais tempo, resmungando
Adorando essa tv

Prevaleceu e prevalecerá
Enquanto vermos daqui onde
Quem dali não pode ver
E acharmos que a história
Aqui começa, e que a gente é dono dela
E do que mais no vier
Pois precisamos vencer

Não me engana mais
Nem esse comerciais
O ouro engoliu o outro
Eu grito socorro
Mas não vejo Deus

Tu não combina com isso
Mas sem parece tá fora
Ai de quem, coitado, procura
Sentido nessa história
E rema trancafiado
Nessa redoma inerte
No fundo sente um bocado
Mascara e só repete
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