E é dessa falta de bom senso
E é dessa falta de bom senso
Que brotam cavalos marinhos
Dos descaminhos aparentes
Forjo caramanchões e ninhos
Meu amor
Meu amor
E é desse meu desequilíbrio
Que nascem brio e fortaleza
Nesse provável desengano
Desvio a rota da tristeza
Meu amor
Meu amor
E é dessa estúpida altiveza
Que minha humanidade avança
Deste protótipo de insano
Projétil púrpura se lança
Meu amor
Meu amor
E é dessa lúdica retórica
Que vem o fundo o denso drama
E é dessa lama e desse charco
Que o parco encorpa e fluido emana
Meu amor
Meu amor
E é da suposta incoerência
Que o verbo fácil proporciona
Que surge o caos em prateleiras
E o caldo toma substancia
E da extrema irreverência
E da poética capenga
Literatura antológica
E claudicante consciência
Meu amor
Meu amor
Surge a doçura da presença
Eu ator
Eu ator
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