Sempre que ouço um resmungo de cordiona
Dessas que entoam melodias da fronteira
Minh’alma chucra vai bailando uma vaneira
Deixando rastros que se apagam com a poeira
E desses bailes que se dançam mundo afora
Restam saudades e corcóvios no meu peito
Só uma pura pra matar essa danada
Que fez morada e sair não tem mais jeito
Vivo mateando na minha cuia companheira
E o gosto amargo se mistura com a saudade
De uma morena que se foi há muito tempo
Levou com ela a minha felicidade
Hoje andando por este mundão afora
Levando a música no coração do povo
Mato a saudade em cada lugar que passo
Na esperança de um dia voltar de novo
Os anos passam vou cumprindo minha sina
Tantos amores vão ficando espalhados
Mas a morena nunca saiu da retina
Ficou perdida em algum lugar do passado