Eu queria ser um belo par
Num dia de frio
Eu queria ser um belo par
Pra sua memória
Andar na areia de mãos dadas em Copacabana
Depois chegar até o Leme, e num abraço
Ver o pôr do sol
E aí, o amor acontece
Mesmo sem querer
E o mar, como cúmplice
Presenteia como todo o teu azul
Olá, como vai?
Qual é o seu nome?
Pode ser Julieta ou Dulcinéia
Quem sou eu? Quem sou eu?
Quem sou eu? Sou Romeu
Seu Cervantes, cavalheiro dos moinhos, duque, nobre
Ou plebeu
E aí, nas montanhas
Se desfaz tudo em terra clara
E aí, Gentileza
Das paredes, respinga sobre a praia
E o mar, como cúmplice
Leva embora, e é o fim da nossa história
Eu penso em ti, tu pensas em mim
Não há nada entre nós
Nada, a não ser o Oceano
Nada, a não ser o Brasil
Há a solidão, desencontros, atropelos, e a minha imaginação
Há o desarranjo dos ponteiros dos relógios
Das horas que mostram e entranham na carne a passagem daqueles primórdios
Aos pasteis de Belém
Que nunca comemos
Ao verde e o azul, as praças, outonos
Caminhos, visões
Meu passado é um catálogo que registra os meus fracassos