Não queira que eu fale só de rosas
Ou da taça do vinho sublime que não bebi
Fora de mim não se vê nada além
Da transparência de uma camisa
Grudada em meu corpo.
E enchido, o meu peito
È um balde de canções na chuva
Pingos de amor no convés de uma abelha.
Não queiras que eu me redima
Se não ando com as embaixadas
Dos que sugam o sangue do rebanho
Ou o travor de gaze desse mel.
É que eu já ando que é sal só
Tão óleo diesel
Que se você me aponta os olhos
Me incendeia inquisitória.
Por esses dias
Pra se dá a amar de vera
É preciso ser quase um ilusionista
Ou talvez um alquimista
Do trem da consciência
Pra se amar com essa calma e tempo
E com a violência dos hormônios
Que a tua alma
Fique toda devota, arquejando
De violência.